O "messias" do século XXI
sábado, março 28, 2009 | Author:
Os norte-americanos e algumas nações mundiais iniciaram o ano de 2009 acreditando na chegada de um novo messias. Compreenda o fenômeno político Obama.

O passado histórico nos faz lembrar que a humanidade sempre passou por graves momentos de crises econômicas, políticas e sociais. As respostas dadas a estas dificuldades, variaram no tempo e no espaço, adequando-se à realidade cultural de cada povo.

Na atualidade, estamos vivendo mais um desses momentos, típico de início de século, onde os homens, sob a ameaça de um futuro catastrófico, rendem-se ao acaso político e esperam a vinda do “grande salvador”.

Os norte-americanos e algumas nações mundiais, iniciaram o ano de 2009 acreditando que ele chegou. Um homem que, com seu carisma e devoção pela pátria, conseguirá guiá-los em direção ao progresso e liberdade, afastando do planeta todo e qualquer perigo em potencial, uma espécie de messias do século XXI, Barack Hussein Obama.

O seu sobrenome lembra os dois maiores inimigos dos Estados Unidos da América (Saddam Hussein e Osama Bin Laden, que ironia, não?), mas isso não o impediu de tornar-se o 44º presidente da mais poderosa nação do planeta. De origens africanas, não segue o estereótipo dos anteriores heróis americanos, mas talvez seja essa uma das razões do seu sucesso. Dentro dessa realidade, são pertinentes alguns questionamentos: como compreender esse “fenômeno político” denominado por alguns de Obamismo? Ele conseguirá corresponder às expectativas, ou se tornará a decepção do século?

Claro que a razão não pode dar respostas precisas a estas indagações, mas isto não nos impede de buscar entender a realidade que estamos vivendo. Comecemos analisando a crise econômica atual vivenciada inicialmente pelos EUA, mas que já atinge todo o globo. É uma crise que traz na memória o ano de 1929, um ano desesperador para qualquer cidadão norte-americano, que vivia nessa época o maior desastre econômico da idade contemporânea. Só para lembrar, 4 mil bancos faliram e 14 milhões de pessoas perderam seus empregos somente naquele país. Todos temem a repetição deste acontecimento, e o medo que se alastra, os tornam vulneráveis aos diversos interesses políticos em jogo.

Somado a isso podemos dizer que o péssimo desempenho do ex-presidente George W. Bush, já considerado o pior que o país escolheu, trouxe insegurança e desespero, criando uma órbita de enfraquecimento nacional diante das demais potências. Fatos como a guerra do Iraque, onde não se consegue vencer ou o maior crescimento econômico de outros países como a China, atestam essa realidade. Vivendo tudo isso, era como se o país estivesse órfão de presidente, carente de heróis, em busca de alguém que resgatasse os grandes feitos do passado e desse continuidade ao destino manifesto da nação.

São nesses momentos de medo, angústia, decepção e vulnerabilidade que o discurso da mudança encontra terreno fértil, que as transformações são bem vindas. Assim, no presente momento, nada de republicanos conservadores, seria preciso guiar-se pela visão futurista dos democratas, nada de heróis estereotipados, era preciso mudar o perfil do novo líder.

Somente assim podemos entender como um negro tornou-se o “homem mais poderoso do mundo”, e mais que isso, tornou-se o depositário de uma confiança internacional inédita, salvador da pátria, esperanças das nações pobres, o “messias do século XXI”.

por Thiago Magno

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