Ato Público
terça-feira, março 10, 2009 | Author:
O Jornal Folha de São Paulo publicou em 17 de fevereiro o editorial “Limites a Chávez”, emitindo críticas a realização do plebiscito venezuelano que concedeu ao presidente Hugo Chávez, a possibilidade de concorrer a reeleições de forma ilimitada. Emitir opiniões, fazer críticas faz parte da democracia e o texto não traria nenhuma surpresa, apenas coerência com a sua linha midiática.

O editorial, no entanto, não se limitou a fazer as críticas citadas, criou um neologismo “ditabranda”, inoportuno, extremamente imoral, para rotular como teria sido a ditadura brasileira que assolou o país no período 1964 -1985. Insinuando que a ditadura militar neste país teria sido amena em comparação com o que ocorreu em outros países.

Em repúdio ao termo utilizado, numa tentativa maléfica de revisão histórica, ocorreram várias manifestações em textos que circularam na internet em blogs e alguns e-mails enviados ao Painel do Leitor do próprio jornal. Protestaram contra o neologismo intelectuais brasileiros como a professora Maria Victória Benevides e o professor Fábio Konder Comparato, que o jornal tratou de insultá-los de cínicos e mentirosos.

Diante dos fatos, o Movimento dos Sem Mídia, convocou uma manifestação de repúdio ao Jornal Folha de São Paulo, que foi realizada no último sábado (07/03), mobilizando mais de trezentos manifestantes em frente à sede do jornal, em São Paulo, onde os presentes assinaram um manifesto de repudio a ameaça de revisão histórica perpetrada por essa mídia a serviço de uma elite que apoiou e contribuiu com a ditadura naqueles anos de chumbo.

A Organização Não Governamental Movimento dos Sem Mídia salientou o apoio recebido por familiares de vítimas da ditadura, que estiveram presentes, ao ato bem como várias organizações de diversas classes e movimentos como Sindicato dos Bancários, Sindicato dos Metroviários, Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, CUT, TV Brasil, Une, Revista Caros Amigos, Revista Fórum, União da Mulher de SP, Ministério da Justiça - Comissão de Anistia entre outros apoios.

A grande mídia, evidentemente, ignorou o movimento, mas, felizmente, a informação tem outros meios de difusão e esse ato público democrático mostra que as pessoas de bem nunca estarão inertes ante os ataques da elite conservadora, lembrando então Martin Luther King que alertava: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.

Cory Matos
Crato 09 de março 2009
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3 comentários:

On 13 de março de 2009 às 10:33 , Daniel Coriolano disse...

Jornalzinho vagabundo! E assim como esse, há outros que em suas entrelinhas, tentam dominar nossa opinião. Fiquemos alerta!

 
On 19 de março de 2009 às 08:18 , Blog do Prof.Sandro Leonel disse...

Isto é bom ocorrer para q possamos saber q poucos(imprensa) no Brasil tem compromisso com o povo.É finório q a matéria é intencional como tantas outras publicadas recentemente.Q pena isto ocorrer,mas faz parte da gama de intelectualóides da mídia brasileira.

 
On 10 de abril de 2010 às 23:35 , Anônimo disse...

gente jornalista não tem que jurar se imparcial...
realmente eles tentam dominar nossa opinião...