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Por coincidência, ano passado publicamos um poema com quase o mesmo nome no Joaseiro.com. Vejam só:
As calçadas de Juazeiro
Célia Morais
Ai que saudades que eu tenho
Das calçadas de Juazeiro
Quando eu era bem pequena
E brincava o dia inteiro
Nas calçadas de tijolo
Sempre eu chegava primeiro
Eram calçadas tão largas
Mais pareciam uma pista
Andava de bicicleta, patinete e patins
As da Rua Padre Cícero
Eram lindas de morrer
E nas Malvas nem se fala
Pois foi lá onde eu morei
Calçadas também escutavam
Histórias de assombração
Depois vinham as brincadeiras
Camaleão olha o rabo dele
Noites passam depressa
Não tinha televisão
Passou-se o tempo e eu passei
A ver o que não queria
A ver o que aconteceu
E acho que não gostei
Calçadas de Juazeiro
Não tem mais, desapareceu
Tem calçada que sobe
Tem calçada que desce
De repente ela encurta
De repente ela cresce
E nesse vai e vem
A coluna é que padece
Você acha isso certo?
Você acha isso bom?
Ver o povo na rua
Pois calçada não tem
E já se perguntou
Porque isso acontece
Só encontra a resposta
Quem dirige um transporte
Você acha isso grosseiro?
Falta de educação?
Pois isso só acontece
Pra quem mora em juazeiro
E é coisa sem solução
Eita terrinha sem lei
Terrinha sem urbanismo
Aqui não dá para cantar
“Se essa rua fosse minha…”
Pois se você for tentar
Você cai é num abismo
Uma coisa vou lhe dizer
É uma pena que seja assim
Pois eu amo essa terrinha
Terrinha do meu Padim
E tomo a liberdade
De achar isso ruim
Com calçada ou sem calçada
Vou ficando por aqui
Estou beirando os setenta
Não ando mais de patins
Pra que calçada tão grande
Pra que calçada sem fim.
http://joaseiro.com/2008/07/21/as-calcadas-de-juazeiro/
Céu
Há 3 semanas
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