Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda viva E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente Até não poder resistir Na volta do barco é que sente O quanto deixou de cumprir Faz tempo que a gente cultiva A mais linda roseira que há Mas eis que chega a roda viva E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata Não quer mais rodar não senhor Não posso fazer serenata A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa Viola na rua a cantar Mas eis que chega a roda viva E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira Que um dia a fogueira queimou Foi tudo ilusão passageira Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa Faz força pro tempo parar Mas eis que chega a roda viva E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante Roda moinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração...(4x)
Zumbi dos Palmares, o maior ícone da resistência negra ao escravismo no Brasil
Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data - transformada em Dia Nacional da Consciência Negra pelo Movimento Negro Unificado em 1978 - não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Em pouco tempo, a organização dos fundadores fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.
Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos, formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O mocambo do macaco, localizado na Serra da Barriga, era a sede administrativa do povo quilombola. Um negro chamado Ganga Zumba foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares.
Alguns anos após a sua fundação,o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo, um padre da vila de Recife.
O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, além de lhe dar noções de latim, e o iniciar no estudo da Bíblia. Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho, e não como servo.
Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares.
Após caminhar cerca de 132 quilômetros, o garoto chegou à Serra da Barriga. Como era de costume nos quilombos, recebeu uma família e um novo nome. Agora, Francisco era Zumbi. Com os conhecimentos repassados pelo padre, Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e coragem. Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo, uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.
Com a queda do rei Ganga Zumba, morto após acreditar num pacto de paz com os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei e levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.
Contudo, em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi então torturado e capturado. Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou, levando sua cabeça até a praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.
“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade. Fontes: Dpnet.com.br O Dia On-Line Feranet21.com.br
Embora na vigência de um grande conflito de interesse (coordenador da mostra) para o comentário que início, não gostaria de negar-me a fazê-lo.
Acredito que a mostra enriqueceu o Outubro Médico deste ano. Não pela técnica ou estrutura onde foi montada, mas pelas coisas próprias da arte como alimento do espírito. Pelas reflexões que o tema proposto induz, pelos sentimentos e cenas que os médicos Dr. Paulo Sampaio e Dr. Bernardo Brito e acadêmicos de medicina Alyne Lemos, André Palmeira, Eudes Simões, Josiane Leite, Miguel Marx, Mondeyv Pascoál, Natália Parente e Pablo Pita dividiram conosco ao expor suas fotografias, e nelas, seus olhares sobre a comunidade.
Refletindo sobre o tema, “Um olhar sobre a comunidade”, vejo mais uma vez que se justifica. Somos cobrados como estudante de medicina ou médicos a possuir um “olhar clínico”. Sobre este olhar, confirmei mais uma vez, que os seguidores da arte médica possuem com acentuação considerável. Através das fotografias da mostra conseguiu-se ver, sentir, ouvir e, sobretudo entender o que as palavras não expressam.
Foi esse o intuito da mostra, proporcionar aos participantes do XXIV Outubro Médico oportunidade de apreciar e ter esse olhar clínico estimulado. É nessa hora que arte e ciência unem-se e não se confundem. A arte sensibiliza-nos. Não digo emocionalmente, torna-nos atentos para ver o que não está explícito. A ciência é pragmática.
Arte e ciência, características intrínsecas da medicina e, com louvor, oficialmente unidas no Cariri com a I Mostra de Caririense de Fotografias do Outubro Médico.
Cory Matos
Licenciado em Matemática
Daniel Coriolano
médico
Michel Macêdo
prof. Universitário
Rodrigo Bezerra
estudante
Thiago Magno
prof. de História
Geraldo Júnior
músico e poeta